sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

UM POEMA DE DONIZETE GALVÃO



LIVRO DE CABECEIRA

Rói as unhas,
os cantos dos dedos
e os nós da mão
até que doer
seja uma forma
de esquecimento.
Lanha-se com
caco de vidro
cada pedaço da pele
para que se auto-revele
a urdidura de cicatrizes,
incunábulo, xilogravura,
esgar de máscara:
a dor como escritura.



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