sábado, 17 de agosto de 2013

MAIS GIRONDO


NOITE TÓTEM

São os transfundos outros da in extremis médium
que é a noite ao entreabrir os ossos
as mitoformas outras
aliardidas presenças semimorfas
sotopausas, sossopros
da enchagada libido possessa
que é a noite sem vendas
são os grislumbres outros atrás esmeris pálpebras videntes
os atônitos gessos do imóvel ante o refluído
ferido interogante
que é a noite já lívida
são as crivadas vozes
as suburbanas veias de ausência de remansas omoplatas
as acrinsones dragas famintas do agora com seu limo de nada
os idos passos outros da incorpórea ubíqua também outra
escavando o incerto
que pode ser a morte com sua demente muleta solitária
e é a noite
e deserta

Tradução: Claudio Daniel

  
O UNO NENS

 O UNO    total menos
plenicorrupto nens consentido pelo zero
que ao ido tempo torna com suas catervas súcubos sexuais e
sua fauna de olvido

O uno eu   subânima
ainda que insepulto intacto sob suas multicriptas com transfundos
de arcadas
que autonutre seus ecos de sumo experto em nada
enquanto cresce abismo

O uno só   em um
rês do azar que se areja ante a noite em busca de seus limites
cães
e tornassol lambido por inúmeros podres se interchaga o obscuro
de seu eu todo uno
crucipendente só de si mesmo

 Tradução: Elson Fróes


A MESCLA

Não só
o fundo fofo
os ébrios leitos limos telúricos entre faróis seios
e seus líquens
não só o solicroo
as préfugas
o impar ido
o aonde
o tato incauto só
os acordes abismos dos órgãos sacros do orgasmo
o gosto o risco em botão
ao rito negro à alba com seu espreguiçar cheio de pardais
nem tampouco o regozo
os gemidinhos só
nem o fortuito dial senão
as autosondas em pleno plexo trópico
nem as ex-elas menos nem o endédalo
senão a viva mescla
a total mescla plena
a pura impura mescla que me reduz os erotimbres a
almamassa tensa as tontas fêmeas porcas
a mescla
sim
a mescla com que aderi minhas pontes

Tradução: Elson Fróes e Claudio Daniel

  
TRANSUMOS

AS VERTENTES as órbitas tem perdido a terra os espelhos
os braços os mortos as amarras
o olvido sua máscara de tapir não vidente
o gosto o gosto o leito seus engendros o fumo cada dedo
as flutuantes paredes donde amanhece o vinho as raízes a
frente todo canto rodado
sua corola seus músculos os tecidos os vasos o desejo os sumos que
fermenta a espera
as campinas as encostas os transonhos os hóspedes
seus favos o núbil os prados as crinas a chuva as pupilas
seu fanal o destino
mas a lua intacta é um lago de seios que se banham tomados
pela mão


Tradução: Elson Fróes e Claudio Daniel


Nenhum comentário:

Postar um comentário