domingo, 1 de julho de 2012

UM POEMA DE MARIA ALICE VASCONCELOS


POEMAS ENSIMESMADOS

olho por olho
negrume do meio dia
ensimesmado
não detém o tempo
pavimento incrustado de
crânios sisudos
olho por olho
passante pensante e desatento
pisoteia a paisagem
que se renova
verso e reverso
de várias moedas
estampadas no cosmo
 
corpo em rotação
quartel de pensamentos
ensimesmado
não se atém ao tempo
articula ideias:
-palavras-pétala
prenhes de lirismo 
vida e matiz
nas alamedas do ego
-palavras-pedra
embalam ventre mamute
lavram dentes na escritura
abstração – matéria – abstração
eixo do universo rotatório das ideias
painel circular de espelhos
ensimesmado
não paralisa o tempo
projeta imagens múltiplas
carro alegórico das ideias
ovulando fractais de oroboro
ovo a ovo
mantém o giro reflexo
fluxo contínuo de corpo e mente
alimentando o cosmo
ficção – ciência – ficção

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