domingo, 26 de junho de 2011

CANTIGA


Penso em você eroticamente.
Até a fabulação
de outra margem,
na estranha habitação onde os números,
pares e ímpares, enlouquecem.

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Um minúsculo leão branco habita a sua fenda.


***

A ferocidade
no limiar da noite,
quando a pele —
desmedida, irremissível,
se projeta em outra pele:
nenhum destino além do nervo tumultuário.


2011

(Poemas inéditos de Claudio Daniel)

7 comentários:

  1. Anônimo27.6.11

    Otimo poema! Um abraço,
    zeniteblog.zip.net

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  2. Teu atalho - ou devia dizer extravio em que caminhas - encarnando eros nos propõe que, devidamente, apreciemos a nudez que se insinua e que tumultua alegremente todo fim de qualquer dia cinza.

    Vejo muita alegria se manifestando na carne dos versos!

    Forte abraço!

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  3. Wilson, o poeta é um fingidor, como dizia Pessoa...

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  4. Cld, excelentes poemas! Parece que logo vem livro novo por aí ;) Parabéns!

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  5. Aninha, grato, a sua opinião é importante pra mim, viu? Tem livro novo na gaveta, mas ainda vai demorar para sair...

    Beso,

    Cld.

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  6. Anônimo20.7.11

    Parabens pelo poema (sem acento no teclado, lan ficando louca). Sao poucos os poetas que conseguem mesclar erotismo e morte da forma como vejo aqui. Os numeros enlouquecem, nao se trata de amor... melhor, se trata de mais amor do que se pode aguentar (ate a aniquilacao: "ate a fabulacao / de outra margem".
    Os reflexos dos versos seguintes - negro em negro?, nunca em nunca? - cegam: "nenhum destino alem do nervo tumultuario".
    Desculpe se te cansei com minhas leituras! Fazia tempo que nao entrava aqui, sai lavada!

    Lu

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  7. Lu, agradeço por teus comentários, é uma satisfação para mim ter leitores inteligentes como você!

    Beso,

    Cld.

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