domingo, 25 de janeiro de 2009

UM POEMA DE SÉRGIO MEDEIROS



O QUARTO

Seria um rito
O quarto se transfigura no raso
É aranha
Chuta a si mesmo da teia, teatralmente

Dá coices na espuma
Uma vedete no mar

Suas patas se trançam firmemente
Anula-se a insinuação de qualquer separação

Algas rudes lhe fazem cócegas

O quarto finge-se de morto na lâmina da água
Esconde as longas antenas
Ou as torna transparentes
O corpo se imobiliza
Ou se enrijece facilmente

O quarto volta à vida
Desloca-se de antenas em pé, altos estalidos


(Fragmento do poema O norte da ilha. Leia o texto integral na edição de fevereiro da Zunái.)

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